Operação Carne Fraca investiga grandes empresas e fiscais do governo federal
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (17) a Operação Carne Fraca que apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. Executivos do frigorífico JBS foram presos. A empresa BRF Brasil também é alvo da operação.
Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendênciais Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas e Goiás ‘atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público’. O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.
Segundo as investigações, o esquema no Paraná era comandado pelo ex-superintendente regional do Mapa, Daniel Gonçalves Filho, e pela chefe do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Maria do Rocio Nascimento, que trabalham em Curitiba. Esta é a maior operação realizada pela PF.
Na casa do atual superintendente regional do Mapa, Gil Bueno, a polícia apreendeu R$ 65 mil nesta manhã. Os três são alvos de prisão preventiva.
Em nota, a PF informou que aproximadamente 1100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.
Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente”, diz a nota da PF.
As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas em 7 estados federativos: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goias.
O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.
Fonte: midiamax
Por: Henrique Kawaminami, com Estadão
http://www.midiamax.com.br/brasil/policia-federal-deflagra-operacao-combate-venda-ilegal-carnes-334999