DOURADOS, MS: Criado por Murilo, Nace realiza sonhos e tira jovens das ruas

De família humilde, Beatriz Aguero realizou o sonho
 de ser bailarina através do projeto Nace/Cultura

- Em três anos, mais de 3.500 crianças de escolas municipais tiveram a oportunidade de entrar para o mundo da dança, da música e do teatro, gratuitamente -

O projeto Nace/Cultura, idealizado pelo prefeito Murilo, tem mudado a vida de muitas crianças e adolescentes alunos da rede municipal de ensino de Dourados. Criado há três anos, já atendeu 3.540 crianças, realizando sonhos e tirando esses jovens das ruas através de aulas de artes visuais, música, dança e teatro.

A estudante do sexto ano da escola Caic, Beatriz Aguero, de 11 anos, é uma das beneficiadas. Ela é destaque nas aulas de balé feitas em renomada academia de Dourados. “A professora sugeriu, inclusive, que a gente levasse ela para fazer um teste no Bolshoi”, afirmou a mãe da menina, a técnica de enfermagem Rosangela Coqueiro Claro, 44 anos. Uma das maiores companhias do mundo, Bolshoi tem uma unidade no Brasil. “Este ano a gente não pôde, mas, pensamos em fazer algumas economias para tentar levá-la no ano que vem”, ressaltou a mãe.

A iniciativa de fazer balé foi da própria Beatriz, que pediu para se inscrever nas aulas assim que viu anúncios feitos pela prefeitura. “Logo nas primeiras aulas a professora perguntou se ela já tinha feito balé alguma vez na vida”, ressaltou a mãe sobre o talento da filha. “Eu fico encantada. Ela gosta demais, recebe muitos elogios”, complementou orgulhosa.

Rosangela ainda destaca a dedicação e a evolução que a filha tem com a prática desta arte. “Ela é muito dedicada, faz seu coque sozinha e sempre que está livre em casa fica ensaiando todos os passinhos que aprende. Está evoluindo é muito bonito de ver”, ressaltou.

A mãe ainda conta que a mesma dedicação que ela vem empregando no balé, também é aplicada nos estudos. “Ela sempre foi uma aluna dedicada, mas vejo que agora está ainda mais responsável com as tarefas e se saindo ainda melhor na escola”, ressaltou.

A técnica de enfermagem também lembrou que esta arte é um ganho para a família. Com Beatriz estudando o universo do balé e compartilhando com as amigas, os pais também acabam aprendendo mais sobre esta expressão que encanta os olhos de expectadores do mundo todo. “A gente aprende muito com ela”, afirma a mãe.

Rosangela lembra que se não fosse o Nace, a jovem provavelmente ficaria em casa no período vespertino, quando não está na escola. Também ressaltou que dificilmente a família teria condições pagar no momento pelas aulas de balé numa academia com a qualidade da que Beatriz frequenta. “O Nace foi uma excelente oportunidade”, destacou.

O Nace - Assim como Beatriz, muitos outros alunos conseguem realizar sonhos, conhecer mais sobre o cenário da arte, através do Nace/Cultura. Todas as aulas do são ofertadas em escolas especializadas, selecionadas entre as consideradas por sua história de sucessos as melhores da cidade em suas modalidades. São aulas de Ballet, Street Dance, artes visuais, música e teatro. Os alunos já realizaram ainda 48 apresentações públicas de dança, 40 de música e seis exposições de artes.

O Nace/Cultura ainda é responsável pela formação e expressiva repercussão da Banda NACE Som Dourado, que se tornou em 2013 a Banda Lira Som Dourado, numa grata fusão com a Banda Municipal de Dourados.

“O projeto abre as portas para novas possibilidades através da arte e da cultura como formação, contribuindo de maneira fundamental na construção de uma sociedade responsável, sensível e, principalmente, capaz de intervir criticamente no mundo a sua volta”, ressalta Claudia Ollé, coordenadora do Nace/Cultura.

As crianças que participam das atividades se destacam nas mais diferentes modalidades, abrem um novo horizonte. Durante os três anos de projeto, inúmeros convites foram recebidos para apresentações públicas dos alunos do Nace/Cultura, reafirmando e legitimando a importância deste projeto cultural para o município de Dourados, já que as crianças ao se apresentarem levam o nome do município.

Participam do projeto alunos da rede municipal de ensino da pré-escola ao 9º ano do ensino fundamental e que tenham a partir de cinco anos completos de idade. Estar matriculado no ensino regular e pré-requisito para conseguir a vaga.

Foto: A. Frota