Durante as oitivas da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira (1°), o atual presidente do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, Carlos Alberto Moraes Coimbra, denunciou aos parlamentares que enquanto fazia parte do Conselho Curador, Aldalberto Siufi teria comprado um aparelho de braquiterapia e tentado doá-lo a Neorad.
Em depoimento, Coimbra relatou que em 2008 era membro do Conselho, naquela época composto majoritariamente por parentes, sócios, fornecedores e prestadores de serviços ao Hospital do Câncer, além de compadres de Adalberto Siufi.
“O Conselho era quase que totalmente submisso às vontades da diretoria executiva. Tanto que um aparelho de braquiterapia foi comprado sem a anuência do Conselho, pois não havia sala adequada na unidade para ele”, relatou.
O aparelho, que custou R$ 500 mil ao Hospital, seria então doado a clínica Neorad, cujo sócio é o próprio Adalberto Siufi. “A diretoria executiva pediu então autorização do Conselho para doar o equipamento. Somente eu e outro membro não concordamos. No fim, tivemos que recorrer ao Ministério Público Estadual para barrar a doação”, contou aos parlamentares.
O aparelho permaneceu parado até 2012.
Orçamento
Coimbra relatou que o HC recebe, atualmente, R$ 1,3 milhão do SUS. São R$ 270 mil destinados mensalmente ao pagamento do terreno da nova unidade do hospital, a ser entregue em junho de 2014.
R$ 120 mil são recebidos de convênios, em média R$ 20 mil de particulares. As arrecadações de doações ficavam em torno de R$ 200 mil, mas após o escândalo da Máfia do Câncer, caiu para R$ 170 mil.
O Hospital declarava uma dívida mensal de R$ 300 mil, algo que está em desacordo com o orçamento. “Com o dinheiro arrecadado, o Hospital conseguiria sim se manter e sem esta dívida”, afirmou Coimbra.
São integrantes da CPI os deputados Amarildo Cruz (PT), presidente; Lauro Davi (PSB), vice-presidente; Júnior Mochi (PMDB), relator; Maurício Picarelli (PMDB), vice-relator; e Onevan de Matos (PSDB).
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Foto: Minamar Junior |
Fonte: Midiamax
Por: Evelin Araujo e Tainá Jara