Nos pênaltis, Atlético conquista a sua primeira Libertadores - Jornal Correio MS

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25/07/2013

Nos pênaltis, Atlético conquista a sua primeira Libertadores

Em mais uma partida dramática, o time de Cuca conseguiu os 2 a 0 no tempo normal. Na decisão na marca de cal, o goleiro Victor voltou a brilhar e a decidir



Atlético MG comemora conquista da Libertadores 2013, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (24/7) - Foto: Reinaldo Canato

Se o primeiro tempo terminou de forma preocupante para os brasileiros, a etapa final começou da melhor forma possível, com o Atlético abrindo o placar logo no início. O segundo gol veio com o zagueiro Leonardo Silva

A torcida do Atlético-MG acreditou até o fim - e foi premiada com a conquista do título mais importante de sua história, no início da madrugada desta quinta-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte. Depois de uma campanha heroica  cheia de desfechos improváveis, a primeira Copa Libertadores da galeria de troféus da equipe mineira veio em mais um jogo dramático, com direito a decisão nos pênaltis, assim como na semifinal, depois de uma vitória por 2 a 0 no tempo normal, com gols de Jô e Leonardo Silva. Nas cobranças da marca de cal, Miranda errou logo na primeira batida do Olimpia - o herói Victor decidiu de novo. O Atlético acertou todas. Na última cobrança, Jimenez chutou na trave e deu início à festa no Mineirão. Agora, o alvinegro de Minas Gerais se junta à elite de equipes brasileiras que já foram campeãs da América. O título atleticano, garantido diante de quase 60.000 pessoas - e com renda de mais de 14 milhões de reais, a maior já registrada no país -, também prolonga a série de vitórias brasileiras na Libertadores: é o quarto troféu consecutivo, depois dos triunfos de Inter (2010), Santos (2011) e Corinthians (2012). É, ainda, uma conquista que significa a afirmação do técnico Cuca e a redenção do craque do time, Ronaldinho Gaúcho, que até hoje só havia conquistado títulos estaduais no futebol brasileiro. A partir desta quinta, o Atlético começa a sonhar com seu primeiro título mundial, a ser disputado em dezembro, no Marrocos, com o Bayern de Munique como principal adversário.


Precisando vencer por três gols de diferença para conquistar o título no tempo normal, o Atlético partiu para cima do Olimpia desde o primeiro minuto, avançando quase toda a sua equipe e tentando sufocar o time paraguaio. Com Ronaldinho pelo meio, Tardelli pela direita, Bernard pela esquerda e Jô no comando do ataque, o dono da casa pretendia abrir o placar o mais rápido possível, o que poderia balançar os visitantes. O Olimpia, porém, foi um adversário duríssimo na primeira etapa. Com um time experiente, aguerrido e com aplicação tática exemplar, seguiu à risca a estratégia do técnico uruguaio Ever Almeida, que foi ídolo do clube como jogador e conquistou duas Libertadores vestindo a camisa do Olimpia. Logo ficou claro que Almeida conhece bem o caminho para levantar a taça continental: aproveitando a vantagem construída em Assunção, sua equipe montou um sistema defensivo extremamente eficaz, com três zagueiros, dois alas que pouco avançavam e dois homens na proteção à área. O Atlético ficava muito mais tempo com a bola nos pés, mas sofria para achar espaços.

Com fome de bola, Ronaldinho tentou atrair a responsabilidade para si. E foi dele a primeira chance de gol atleticana, aos 9 minutos, com um chute de longe que o goleiro Silva teve dificuldades para espalmar. Apesar de se fechar na defesa, o Olimpia não renunciou ao ataque: por volta dos 15 minutos, os visitantes chegaram a dar um sufoco no Atlético, exigindo uma grande defesa de Victor em chute de Bareiro, à queima-roupa. Enquanto isso, os brasileiros penavam para criar oportunidades claras: a barreira paraguaia criava tantos obstáculos à troca de passes do Atlético que o time acabava errando antes mesmo de concluir. Com uma equipe talhada para a defesa - misturando a tradição paraguaia com a força uruguaia, representada por três atletas titulares -, o Olimpia cumpriu metade de sua missão sem grandes sobressaltos, encerrando a etapa inicial com o placar ainda em 0 a 0. Os jogadores do Atlético desceram para os vestiários aparentando apreensão. Cuca decidiu colocar Rosinei no lugar de Pierre, melhorando a saída de bola de sua equipe no segundo tempo. Os paraguaios colocaram Ferreyra no lugar de Barreiro.

'Eu acredito' - Se o primeiro tempo terminou de forma preocupante para os brasileiros, a etapa final começou da melhor forma possível, com o Atlético abrindo o placar logo no segundo minuto. Depois de cruzamento pela direita, a bola sobrou para o matador Jô, que fuzilou o goleiro Silva dentro da área e acabou com um jejum de oito jogos sem marcar. Além de colocar seu time mais perto da conquista, Jô assumiu a artilharia isolada do torneio e ainda fez o Mineirão pegar fogo, despertando a fanática torcida atleticana. A pressão continuou, com mais um lance de perigo logo aos 5 minutos - numa bola alta, Jô quase marcou o segundo. O público cantava em coro a frase que transformou-se num mantra para os atleticanos desde a derrota por 2 a 0 em Assunção: "Eu acredito". Jô, o atleta mais perigoso da equipe, voltou a dar um grande susto em Silva aos 10 minutos, disparando uma bomba da entrada da área. O goleiro espalmou. Aos 14 minutos, mais um lance de extremo perigo: depois de mais um cruzamento - a jogada mais eficaz para o Atlético no jogo -, o zagueiro Leonardo Silva cabeceou e carimbou a trave. O bombardeio atleticano continuava: aos 19 minutos, o lateral Junior Cesar, que substituiu o suspenso Richarlyson, invadiu a área pela esquerda e testou mais uma vez o goleiro Silva, que rebateu agachado.

Na metade do segundo tempo, no entanto, o Olimpia já parecia menos acuado, voltando a criar problemas para o ataque brasileiro. Precisando de gols, o técnico Cuca colocou o centroavante Alecsandro no lugar do lateral Michel. Com muita catimba, os paraguaios faziam o tempo passar, ganhando minutos preciosos na hora de cobrar cada falta, tiro de meta ou lateral. Com a bola nos pés, porém, o time visitante simplesmente abria mão de jogar - eram raras as sequências de dois ou três passes certos do Olimpia, que se limitava aos chutões para o alto. Aos 33 minutos, Tardelli chutou, a bola bateu na mão de um zagueiro do Olimpia e o Atlético pediu pênalti, não marcado pelo árbitro Wilmar Roldán. Aos 34, o mesmo Tardelli deu lugar a Guilherme, responsável pelo gol salvador da equipe na semifinal contra o Newell's. Cinco minutos depois, o Atlético ficou com um jogador a mais graças à expulsão de Manzur. E aos 42, o Atlético finalmente conseguiu o segundo gol, com Leonardo Silva, de cabeça. A final ia para a prorrogação. O Atlético seguiu dominando durante todo o tempo extra, encurralando um adversário cada vez mais desgastado e retrancado. Ainda assim, os paraguaios conseguiram levar a decisão para os pênaltis - onde, fazendo justiça ao time que foi o melhor na final, os brasileiros levaram a melhor.

Fonte: Veja