Tiroteio que matou PM no Alemão durou quase 40 minutos, diz polícia - Jornal Correio MS

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24/07/2012

Tiroteio que matou PM no Alemão durou quase 40 minutos, diz polícia


Comércio e postos de saúde funcionam normalmente.
Mesmo com policiamento reforçado, clima é tenso na favela.

Policiamento reforçado no Alemão (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Policiamento foi reforçado no Alemão (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
O tiroteio que terminou com a morte da soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos,na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Nova Brasília, no Alemão, na Zona Norte do Rio, durou entre 30 a 40 minutos, de acordo com os policiais da região.
O policiamento foi reforçado em todo o entorno do Conjunto de Favelas do Alemão, na manhã desta terça-feira (24). A todo instante circulam pelas principais vias da região patrulhas do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré). No interior da favela, homens do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vasculham ruas e becos atrás dos criminosos.

Moradores assustados, contam, sem se identificar, que a noite de segunda-feira (23) foi bastante tensa. O confronto, segundo policiais da UPP, começou por volta das 20h30, quando equipes em patrulhamento abordaram um grupo de cinco a seis homens na localidade conhecida como Pedra do Sapo. Os suspeitos trocaram tiros com os policiais. Um PM ficou ferido.

Meia hora depois, em outro tiroteio. Os criminosos atacaram a UPP de Nova Brasília, matando a soldado Fabiana.

"Ela não estava sozinha na base. Tinha mais cinco policiais na base, mas o tiroteio foi muito intenso. Ninguém sabia de onde estavam partindo os tiros", disse um soldado que se formou uma turma depois dela.

Primeiro PM de UPP morto

Esse foi o primeiro caso de policial militar morto em serviço numa comunidade com presença de uma UPP. A PM foi morta durante o confronto e moradores ficaram em pânico. De acordo com a polícia, houve dois ataques. No primeiro, na localidade conhecida como Pedra do Sapo, os criminosos atiraram contra um carro da PM. Os policiais reagiram, mas não houve presos.

O segundo ataque, que terminou com a morte da soldado Fabiana, aconteceu contra a base da UPP Nova Brasília. Fabiana foi socorrida pelos próprios colegas e chegou a ser levada para um posto médico dentro da própria comunidade. A soldado, que estava na polícia havia pouco mais de um ano, era solteira e não tinha filhos. A família dela mora em Valença, no interior do estado.

O conjunto de favelas do Alemão foi ocupado pelas Forças de Pacificação em novembro de 2010 e provocou uma fuga em massa de traficantes. O Exército saiu da região no início deste mês e deixou a segurança sob responsabilidade da Polícia Militar. Até o momento, seis UPPs foram inauguradas nos complexos da Penha e do Alemão.

Em todo o Rio, já são 25 UPPs, beneficiando mais de 140 comunidades. Mais de 5,5 mil policiais estão nas áreas pacificadas.


Alba Valéria Mendonça
Do G1 RJ